mercado de games

Mercado de games no Brasil se consolida e passa ser um grande atrativo a ser explorado pelos anunciantes.

Impulsionado pelo contexto da pandemia, o mundo gamer vê o número de jogadores crescer, sobretudo nos celulares, e as marcas buscam novas oportunidades de visibilidade em formatos in-game.

Desde os anos 1980, os videogames ganharam um espaço cada vez maior no entretenimento do Brasil e do mundo. Os diversos universos, personagens, formatos e desafios deram às pessoas uma nova janela para o divertimento dentro de suas casas. Passados 40 anos, o ecossistema dos jogos digitais sofreu muitas transformações, como o desenvolvimento de consoles tecnológicos, pequenos aparelhos portáteis, jogos com gráficos ultrarrealistas e servidores em nuvem para jogos online, chegando ao patamar de ser uma das indústrias mais valiosas no entretenimento mundial, podendo alcançar o número de 3 bilhões de jogadores[1] ainda em 2022. Essas mudanças levaram a indústria de games a valer mais do que as do cinema e da música juntas, tendo movimentado mais de 175 bilhões de dólares em 2021, com expectativa de chegar em US$300 bi até 2023[2].

Divisão da receita global de games por continente, 2021[1]

A divisão da receita global dos jogos[1] se concentrou no continente asiático que, liderado pela China e seus mais de 930 milhões de jogadores[2], gerou 50% do faturamento em 2021. Em seguida, os EUA levaram a América do Norte a movimentar 24% do montante global, seguida por Europa, América do Sul e África + Oriente Médio. Dentro da América Latina, o Brasil é destaque em números de players e tempo gasto jogando[3]: em média, o jogador online brasileiro passa 25 minutos a mais por sessão do que um argentino e 2 horas a mais do que um chileno, por exemplo. No cenário mundial, a divisão de jogadores por continente vai na contramão da divisão de receita, sendo os norte-americanos os menos numerosos.

Divisão dos jogadores por continente, 2021[1]

Ao entender a distribuição dos gamers e da receita gerada, pode-se compreender como a cultura de jogos online está mais estabilizada em países com melhor infraestrutura, conexão e acessibilidade a smartphones, seja na Ásia com larga escala de jogadores, ou na América do Norte com alto consumo no mercado gamer pelos jogadores ativos. Já na América do Sul, África e Oriente Médio, o aumento anual desse número foi maior do que nas demais localidades (10,1% e 6,2%) o que indica que avanços tecnológicos nesses países estão levando a um número maior de jogadores[1].

A questão da acessibilidade crescente à smartphones e maior conexão com internet, acelerada por conta da pandemia – em 2020, os usuários de internet no Brasil cresceram em 7% em comparação a 2019, sendo maior do que os 4% e 3% nos 2 anos anteriores[4] -, também levou os jogadores como um todo a terem uma maior presença em mobile games. Assim, os jogos de celular ganharam notoriedade e, com isso, uma maior fatia do mercado. Em 2021, 45% da receita global de games veio através dessa plataforma. Consoles de videogame contaram com 28% de participação, sofrendo uma queda de 8,9% em relação ao seu faturamento de 2020[1], causada pelo adiamento do lançamento de novos jogos por conta de decorrências da pandemia. No Brasil, 40% dos jogadores estão diariamente jogando nos celulares, uma aderência diária maior que jogos no computador (19,5%) e em consoles de videogame (15%)[5].

Divisão da receita do mercados de games global por devices, 2021[1]

A febre dos games mobile também se deve muito aos jogos online lançados exclusivamente para celulares. Os jogos do gênero de FPS (First Person Shooter – Atirador em Primeira Pessoa), como Call of Duty: Mobile e Free Fire se popularizaram rapidamente no Brasil e comunidades online e equipes de eSports foram criadas ao seu redor. O Free Fire, da Garena, concentrou 65% de todas as interações sobre videogames nas redes sociais do Brasil no primeiro de semestre de 2021[3].

Free Fire virou o jogo da moda no Brasil

Uma maior presença dos jogadores nos dispositivos móveis torna-se muito favorável para os desenvolvedores de jogos, marcas de celular e para anunciantes, uma vez que é possível criar campanhas publicitárias altamente segmentadas por localidade, marca do dispositivo móvel, sistema operacional, tema de interesse e muito mais, trazendo mais assertividade para as marcas impactarem seu público-alvo dentro do mundo dos games. Prova disso é que 37% dos gamers mobile já fizeram uma compra por um anúncio in-game[6]. Outra grande vantagem é a presença de um público muito diverso neste meio. Tanto homens como mulheres, jovens ou adultos, classes A, B ou C, todos jogam. O perfil do jogador brasileiro médio demonstra que não se pode criar um estereótipo sobre essas pessoas:

Assim, podemos entender que todas as marcas têm espaço para anunciar nos games, pois lá estão os mais variados públicos e targets. O uso de publicidade em jogos já se mostrou muito efetivo para construção de imagem de marcas, uma vez que 59% dos jogadores lembram das marcas que os impactaram[7]. Entretanto, deve-se tomar muito cuidado em como, onde e quando esta propaganda vai impactar seu potencial consumidor. Os formatos de publicidade não podem ser intrusivos, irrelevantes ou repetitivos para evitar desperdício de verba e fadiga do anúncio, sendo fundamental também adequar sua propaganda com os jogos que vão ao encontro dos interesses e diversidade dos consumidores[8]. Os usuários hoje esperam das marcas que seu conteúdo no jogo seja relevante e construtivo, agregando valor à experiência naquele momento[6] e para isso recomendamos os seguintes formatos de anúncio para jogos mobile:

Vídeo de recompensa:

Os vídeos de recompensa são as propagandas mais aceitas pelos jogadores, pelos desenvolvedores e pelos veículos de mídia. Isso se dá por ser um formato que complementa a jogabilidade do aplicativo, sem interromper a diversão do usuário. O vídeo do anúncio é exibido quando o jogador opta por receber uma recompensa dentro do jogo, como uma vida extra, um bônus ou um power-up. Este sentimento de satisfação após ver o vídeo valoriza muito esse formato, fazendo com que 74% dos jogadores assistem anúncios para receber recompensas nos jogos[6].

Exemplo de jogo que inclui o vídeo de recompensa como parte da experiência do gamer

Banner interativo entre fases:

Os banners interativos ou jogáveis também tem grande aceitação do público. Aqueles que se apresentam entre fases ou partidas do jogo são mais bem recebidos pelos gamers, trazendo naturalidade ao momento publicitário. 22% dos jogadores acham que anúncios jogáveis ou interativos são a melhor forma de anunciar nos jogos[7], a ponto que 72% entendem o papel dos anúncios nos jogos e interagem com eles, aumentando as chances de conversão e memória da marca[6].

Este anúncio do aplicativo da Amazon exemplifica um banner interativo e jogável

Anúncio in-game:

Grande parte dos jogos trazem cenários com espaços publicitários dentro do jogo, como em estádios dos jogos de futebol ou painéis em games de corrida. O que poucos anunciantes de pequeno e médio porte não sabem é que a marca deles pode estar dentro do jogo. Os anúncios que entram como parte do cenário são os favoritos de 23% dos jogadores[7] e tem grande aceitação por não serem interruptivos, trazendo vantagens para quem busca aumentar awareness.

Formatos de anúncios dentro do cenário dos jogos impactam o jogador sem interrompê-lo

[1] Global Games Market Report Newzoo 2021.

[2] Accenture, Gaming: The Next Super Platform 2021.

[3] Comscore O Mercado de Games no Brasil 2021.

[4] TIC Domícilios, Teleco, 2022.

[5] Pesquisa Game Brasil 2021.

[6] Os Mitos da Publicidade In-Game na América Latina, etermax 2021.

[7] Pesquisa eSports, IAB Brasil e Toluna 2021.

[8] Insights sobre o marketing de jogos para 2022, Facebook Gaming 2022.

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